segunda-feira, 23 de novembro de 2009



Saudade que dói e sufoca
Saudade não correspondida
De repente tenho saudades do que nunca tive...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Minha casa

É mais fácil
Cultuar os mortos
Que os vivos
Mais fácil viver
De sombras que de sóis
É mais fácil
Mimeografar o passado
Que imprimir o futuro...

Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski
Na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear
Com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo...

Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas
E não anda
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas
Quero no escuro
Como um cego tatear
Estrelas distraídas...

Amoras silvestres
No passeio público
Amores secretos
Debaixo dos guarda-chuvas
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar
Tempestades que não param
Pára-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem
Não posso parar...

Veja o mundo passar
Como passa
Uma escola de samba
Que atravessa
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Pergunto onde estão
Teus tamborins?
Sentado na porta
De minha casa
A mesma e única casa
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei
A casa onde eu sempre morei...

Minha casa- Zeca Baleiro

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Status de novembro:

Je veux trouver le charme de la vie

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Status de outubro

Um poço de mágoas e tristeza: descobrindo o amargo da vida...

sábado, 26 de setembro de 2009

Energia em baixa

Há tempos que me sinto assim, meio fraquinha. Com a resistência baixa. Mais vulnerável a alergias. Tento resistir a tudo, mas é impossível. Sinto uma saudade. Há um sentimento de perda tão grande. Tudo ficou tão vazio de repente... =|

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Luz para restaurar a vida

"Luz do sol
Que a folha traga e traduz
Em ver de novo
Em folha, em graça
Em vida, em força, em luz..."
[Luz do Sol, Caetano]

Status de Setembro

Saudade... E resistência

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Faço figa para que as coisas voltem a normalidade. Há tempos a cabeça está em qualquer lugar, menos onde ela deveria estar. Vai do céu ao inferno em instantes e fica transitando num vai e vem sem fim. Há apenas um jeito de cessar tudo isso. Um doloroso jeito de romper as coisas. A cabeça por si só já dói muito. Na verdade, tudo dói. Há dores que não se pronunciam. O silêncio que chega a ser ensurdecedor, a invisiblidade e a saudade. Quando esse fatores se combinam há uma profusão de sentimentos que explodem de forma terrivel. O que sobra é tentar aquietar a mente e o coração...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Olhai as coisas do alto

O pôr-do-sol visto bem rente as nuvens... Que maravilha!
A caminho do Rio de Janeiro

domingo, 28 de junho de 2009

Teresina


Parque do Encontro dos Rio em Teresina, Piaui: uma tarde agradável com boas conversas, bebida gelada e uma linda paisagem. Época de rio cheio.

sábado, 2 de maio de 2009

Status de maio

Tudo de novo
E de novo
Não é novo
Eu aguento?

Das sensações

Sensações me invadem
E se esvaecem a toda hora
Sinto que estou perdendo o que nunca tive
Mas sempre foi meu
Perco sem que nenhuma palavra tenha sido proferida
E o silêncio dói
Porque me silencia o coração
Não posso gritar
O grito significa a partida definitiva
Me conforto e me consolo no silêncio

domingo, 5 de abril de 2009

Descartes Marques Gadelha

A invisibilidade dos seres
e a miserabilidade humana:
exorcizando os fantasmas sociais.


Isabelle Azevedo Ferreira

Uma profusão de cores salta aos olhos. Vão se misturando espontaneamente para dar tonalidade aos delírios que pulsam na mente do pintor, escultor, compositor e músico Descartes Marques Gadelha. Numa esquizofrenia artística, a arte dá forma aos fantasmas que só ele parece vê. Estão por todos os lugares: nas esquinas da cidade de Fortaleza, catando lixo ou submersos nas águas do açude que encobriu a antiga cidade de Canudos, na Bahia, o Cocorobó.

Os primeiros fantasmas vistos por Descartes foram presente do pai, Diderot Gadelha, ao dar ao filho o livro Os Sertões, do escritor Euclides da Cunha. Como um portal, o livro era a passagem para o universo da Guerra de Canudos (1896-1897). Era ali, através da obra euclidiana, onde Descartes encontrava-se com uma Canudos que ele não conhecia, percorria a procissão comandada pelo beato Antônio Conselheiro ou observava a colheita e os festejos da antiga cidade.

Trinta anos se passariam para que os espíritos fossem inteiramente exorcizados, resultando num grandioso trabalho de mais de cem pinturas, oitenta esculturas e algumas xilogravuras, com a exposição Cicatrizes Submersas (1997). Para se livrar de vez de toda a angústia que sofria com os fantasmas canudenses, o acervo foi doado para o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC).

Contudo, Descartes não abandou outros universos. Flanando pela Fortaleza das misérias, descobriu seres invisíveis do cotidiano. Os primeiros invisíveis foram descobertos ainda nas casas de prostituição, na década de sessenta. Na virada do século XXI, com romantismo deixado de lado, a prostituição ganha status de total mercantilização do corpo. Nas periferias da cidade, jovens e crianças oferecem o corpo em troca de dinheiro.

O segundo momento percebido sobre a invisibilidade dos seres deu - se num rompante de paixão. Descartes queria pintar um pôr – do – sol. Claro! Quem não gostaria de ganhar o mais belo dos pores-do-sol? Mas, ao mudar a direção do olhar, tudo que avistou foi uma imensa população buscando no lixo o sustento do corpo. O sol parece que jamais havia nascido para aquelas pessoas. Um espetáculo onde não havia beleza, mas a vida estava instaurada.

Tão logo, aquele senhor robusto, de tez serena, o “burguesão”, como ele gosta de se intitular, estava instalado no Jangurussu, convivendo e conhecendo de perto a realidade do lugar. Por quase dois anos, pintou tudo o que viu por lá.

Descartes encara a miserabilidade humana de frente ao atravessar a caverna e perceber que a luz daquele mundo é artificial. Tudo pode ser desfeito ao menor toque, como se caos estivesse pronto a ser estabelecido. Ao invés de fechar os olhos para os problemas, escancara-os numa tentativa de denunciar as chagas da cidade.

O artista cria universos paralelos que se entrecruzam e dialogam entre si. A imagem, apesar de estática, ganha força e repercute no imaginário de cada um. A luta pela sobrevivência em Canudos, por exemplo, é a mesma luta existente no Jangurussu. Mudam-se apenas os personagens e os contextos sócio-históricos, mas a luta permanece.

Quando os fantasmas não podem ser vistos, mas apenas ouvidos, é na música que Descartes os exorciza. A voz grave, porém serena, entoa cânticos de homenagem aos orixás. No carnaval, as reverências aos santos afros vêm na forma de Loas, música típica do Maracatu.

Não se sabe ao certo se a arte designou Descartes Marques Gadelha para o mundo ou se o mundo o designou para a arte. O fato é que o artista faz da arte um universo paralelo. Olhos e ouvidos são treinados para perceber os fantasmas e, tão logo, exorcizá-los.

*Perfil escrito para a disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso. A Entrevista com Descartes Gadelha será prublicada na Revista Entrevista N°21, uma publicação do sétimo e sexto semestres do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Dificílimas II

Uma onda de felicidade invande a vida e se espraia... Até quando?

terça-feira, 17 de março de 2009

Borboletas

"Me recolho e volto ao meu mundo. Porque é só meu, tem que voltar pra mim".
[Inclemência, música na voz de Zélia Duncan]

quarta-feira, 4 de março de 2009

Mangal das Garças/Belém-PA



domingo, 1 de março de 2009

Chuva de pensamentos

Ao invés do abraço de sempre, um oi apressado como se saisse forçado. O olhar, meio torto, enviesado, demonstrava todos os esforços para ser indiferente. Passou correndo como se o fim do mundo estivesse preste a acontecer com a chuva que caia.

Ela ficou ali parada de guarda-chuva na mão. Esperava que ele voltasse e lhe desse o abraço habitual e o sorriso mais lindo de todos voltasse a estampar o rosto que agora se tornara tarciturno. No fundo, estava sofrendo mais do que ela. Jamais admitiria isso. Preferia puni-la por conta de um punhado de coisas ditas no calor da discussão.

A chuva não o deixou ir muito longe. Parado embaixo de uma laje, ele continuava a fingir indiferença. Seus olhos não a procuravam como antigamente. A raiva estava instaurada . Cabeça dura! Não via que tudo aquilo era desnecessário? Que se quisessem poderiam ser felizes?

Ela caminhou na direção contrária. Desejou jamais tê-lo encontrado naquele instante e nem nunca. Só desejou. No fundo era sempre bom vê-lo. Sentia sua falta. Queria ficar nem que fosse um milésimo de segundo perto dele. Oh, Deus! Como podia pensar assim!

Um turbilhão de pensamentos invandiu-lhe a mente. Lembrança dos bons momentos. Ficava se perguntando onde fora parar todo o carinho que tinham um pelo outro.Lembrou-se da vez em que as mãos se tocaram pela primeira vez. Nossa! Poderia sentir o coração dele pulsando!Também era possível sentir o nervosismo. Os gestos rápidos de carícia demonstravam isto. Agora, era a dor quem tomava conta de si. E doía tão profundamente, porque a pior dor é a da perda de quem está vivo.

Olhou para trás mais uma vez. Ele já não estava mais ali. Sumira tal qual a chuva, que também havia desaparecido. Quem sabe se ela olhasse para frente ele não sumia de vez? Mas não era isso que ela queria...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carnaval

No meio de tanta alegria é o vazio que não cala
No meio de tanta folia é a saudade quem fala
No meio da animação é a ausência quem canta o hino da solidão
Logo, logo tudo volta a ser cinzas...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Pardos


O gato mia ao longe, anunciando que a noite é sua. Eles são felizes. Enquanto boa parte da população dorme, é na noite que encontram a vida em sua plenitude. O silêncio, o ar puro, a lua, os amigos, o sexo, as paixões... Os gatos é que são felizes. Sinto falta da noite...

Direcionadas 10.

"Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos. Como um deus e amanheço mortal. E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim. Ver que toda essa procura não tem fim. E o que é que eu procuro afinal?" [O silêncio das estrelas, Lenine]

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cidadãos do mundo: univo-os!

Bem vindos "Cidadãos do Mundo". A frase do outdoor escrita em diversas línguas saudava os participantes que chegavam para a 9° edição do Fórum Social Mundial(FSM) em Belém, no Pará. Numa perspectiva global, o Fórum convidava a todos e a todas para deixar a cidadania nacional de lado e se unir a chamada por um outro mundo possível onde as fronteiras (linguísticas, físicas, culturais...) inexistem, prevalecendo a igualdade entre os povos ou ainda a soberania de cada povo.


Realizados entre os dias 27 de janeiro e 01 de fevereiro, em território amazônico, o FSM reuniu diversos grupos para debater os rumos de um planeta cuja crise não é apenas ecônomica, é também social e ambiental. Foram muitas expectativas para o evento que debateu os rumos do planeta.Mas tudo ficou apenas na expectativa.O outro mundo possível ficou para uma próxima vez.

O Fórum Amazônico foi marcado pela descentralização. Tendas divididas por temas fizeram com que a transversalidade temática, tal qual apregoado no paradigma holístico, não acontecesse. O FSM acabou virando mais um encontro das organizações que militam em prol de causa x ou y.

As lutas locais foram muito mais visíveis do que a própria luta global. Uma troca de experiências importante mas que não se configurou em um projeto maior. A idéia que se teve é que cada um queria gritar a sua luta, a sua ideologia, a sua palavra de ordem, enquanto a luta por um outro mundo se esvaia. Até o Sindicato dos Servidores Públicos de Fortaleza (Sindfort) esteve presente, distribuindo material contra a Prefeita de Fortaleza Luizianne Lins. O que se pretendia em uma escala global? Pensar local e agir globalmente - máxima tão enfaticamente repetida pelo movimento ambientalista - é uma das idéias que mais deve ser levada em conta para a mudança sistêmica almejada.

O Fórum também mostrou como a divisão da esquerda e o surgimento de um outro partido tem dividido também os movimentos sociais. A luta acaba sendo apenas contra o Governo Lula, pois parece não haver alternativas ou caminhos a serem seguidos em busca de um diálogo ou consenso com o governo. Aliás,Os movimentos não querem ouvir Lula. Boicotado na atividade dos Presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Rafael Correira (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e Evo Morales (Bolívia), acabou sendo ovacionado horas depois em outro evento em que participaram os mesmo presidentes já citados. Uma mostra da força de sua aprovação e de que o modelo de desenvolvimento empregado no seu governo, insustentável do ponto de vista ambiental, deverá eleger Dilma Rousseff.

Um outro mundo possível não deve aguardar o próximo Fórum. Faz-se urgente a mudança de paradigmas. Essa mudança se faz na tentativa de entender a idéia de cidadão do mundo, divulgada nos outdoors. Ou melhor, a idéia de cidadão planetária, uma denominação mais abragente e não tão ligada a dimensão froteiriça. Mais do que romper fronteiras, é preciso entender que tudo está interligado numa complexidade própria e que todos estão relacionados. Se o clima muda, são as mulheres,crianças e jovens é que vão sofrer no futuro. Isso se continuar o modelo opressor que predomina. Tudo vai depender de quando começaremos a mudança desse outro mundo que queremos.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Voltei bem dodói do Fórum. Dias de muita chuva, andanças, cervejas e pouca dormida. Depois posto as minhas impressões de lá.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Aviso

Fui para o Fórum Social Mundial em Belém. Mando notícias de lá =)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tormenta










Meu peito ressoa a poesia do mundo

É um veleiro perdido em águas profundas
Indo em busca da direção certa
Precisa fugir do mar da desilusão
Aquilo lá parece não ter fim
Mas desse mal não se morre
A dor que fica se dissipa
Tudo vira então saudade
Porque essa tormenta é velha conhecida
Ah! Paixão!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Direcionadas 8

"Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote" (Atribuída ao Arnaldo Jabor)


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Por que adoro Hilda Hist? Porque quando pensamos como escrever sobre algo, ela vem e traduz tudo... Genial!!!

Dez Chamamentos
Ao Amigo

de Hilda Hilst

VI

Sorrio quando penso
Em que lugar da sala
Guardarás o meu verso.
Distanciado dos teus livros políticos?
Na primeira gaveta
Mais próxima à janela?
Tu sorris quando lês
Ou te cansas de ver
Tamanha perdição
Amorável centelha
No meu rosto maduro?
E te pareço bela
Ou apenas te pareço
Mais poeta talvez
E menos séria?
O que pensa o homem
Do poeta? Que não há verdade
Na minha embriaguez
E que me preferes
Amiga mais pacífica
E menos ventura?
Que é de todo impossível
Guardar na tua sala
Vestígio passional
Da minha linguagem?
Eu te pareço louca?
Eu te pareço pura?
Eu te pareço moça?
Ou é mesmo verdade
Que nunca me soubeste?

(…)



Da certeza

Cem razões de sem razões.
Tudo é nada, transmutado de tudo.
E a vida se vai indo.

Pensamentos em alma e corpo

Os pensamentos tentam a todo instante mudar a direção do assunto. Há um tema preferido que parece não se esgotar. Nem mesmo o choro discreto que mareja os olhos faz com que o tema se esvaia. Fica ali remoendo tudo.Tudo é lembrança: cheiros, gostos, gestos contidos e incontidos, palavras desferidas, não ditas ou apenas subentendidas... Detalhes.Tudo é lembrança.

No instante em que o pensamento se esgota apenas por um instante , é a alma quem exala todas as dores e chora inconsolavelmente.O mais profundo pranto não a acalma. Ela continua dia e noite a chorar. Estática, cansada, esgotada, desiludida... Não há nada que a faça reagir. Porque isso dói. É dor profunda.

Se a alma não dorme, o corpo tem sono. Mas não dorme fácil. É inquieto por um "ai" qualquer. Quando deita, o sonho vem rápido e de novo está ali. Dessa vez, as situações são irreais. É a irrealidade de tudo que a alegra naquele momento. Tem vontade de ficar ali o tempo inteiro só para sonhar a vida boa. A realidade é dor. Assim, o corpo pede insistentemente para dormir. Boceja o tempo inteiro para demonstrar não só o sono, mas a vida entendiante instalada. Quer livrar-se de tudo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Mantra

Minha vida é do tamanho dos meus sonhos. Se eu parar de sonhar não vivo.

____
Para não esquecer o que me motiva =D