terça-feira, 17 de julho de 2018

Sobre poder

Homens não gostam de mulheres. Gostam do poder que exercem sobre elas. Falo isso considerando que vivemos um sistema patriarcal permeado de relações de poder. Nem mesmo mulheres com franca autonomia conseguem escapar da máxima ditada acima. Além da dependência econômica, o poder exercido está também na ordem da dependência emocional e moral.

Vejam, homens não gostam de mulheres mais inteligentes do que eles. Claro que há exceções. Todavia, a regra é esta. Dito isto, a mulher idealizada não pode gostar de política, economia, esportes, religião. Tem que ser aquela que partilha do sensível. Da arte, da literatura. 

Ora, ainda que façam uma arte de resistência e engajada, não são capazes de, sozinhas, mudarem as estruturas de poder. Daí isto pode não ser um empecilho para o homem, que continua exercendo poder sobre as mulheres. 

Com isso descartamos também a ideia de relações que se estabelecem somente pelo amor romântico. Aqui há uma troca mútua de interesses. O que um tem a oferecer ao o outro que lhe interessa? 

PS: É o que por ora tenho observado. Preciso desenvolver melhor estas ideias. ;)

O ataque à Universidade

A matéria da BBC sobre a crise na ciência apresenta para o leitor que, além dos cortes de verbas na educação, o problema estaria no fato do país ter formado um número grande de doutores (que não estão inseridos no mercado) e de uma certa falta de planejamento na expansão universitária, afinal foram fundadas dez novas universidades nos últimos quinze anos (e nenhuma nos governos do PSDB). 

A notícia viralizada traz consigo um perigoso discurso neoliberal que vê o acesso à universidade apenas como gasto e não como direito. Colocam a ciência quase como desnecessária! 

O que a BBC não conta é que, embora o número de doutores seja grande, os valores escondem uma imensa desigualdade, com má distribuição geográfica dos titulados e áreas em que ainda é escassa a formação desses profissionais. Portanto, sim, precisamos formar mais doutores. 

A outra questão não-retratada é que a reforma trabalhista levou os centros universitários particulares a uma grande reestruturação, promovendo não apenas demissões (inclusive de professores renomados), mas o completo desmonte de programas de pos-graduação que precisam ser geridos por doutores. 

Na graduação, tem sido recorrente a substituição de professores mestres por especialistas. O argumento é de que é mais barato manter as turmas que já não possuem tantos alunos, uma vez que as mudanças no fies e no ProUni diminuíram drasticamente o número de estudantes matriculados. 

Não bastou a PEC que congela os recursos em 20 anos, o alerta é que vão tentar destruir a universidade a todo custo!