tag:blogger.com,1999:blog-34965218018060576222024-02-02T06:40:23.094-03:00MAFALDIANASImpressões sobre a vida e o mundoIsabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.comBlogger148125tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-87294306068009558472018-12-17T20:32:00.000-03:002018-12-17T20:32:04.570-03:00Comer, Rezar e Amar <br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu nunca pensei que o amor bateria de novo à porta. Já tinha até desistido dele, mas resolvi dar-lhe uma chance. E ele chegou naquela tarde. Discreto, com gosto de aventura, e, o mais importante, disposto a também amar.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei bem porquê resolvi dar uma chance ao amor. O fato é que a viagem à Moçambique foi também um retiro a mim mesma, ainda que estivesse rodeada de outras mulheres. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É provável que a história de vida delas tenha me marcado. Mesmo com todo sofrimento imposto pela sociedade patriarcal, a vontade de lutar e o sonho por uma vida livre de violência permaneciam vivos naquelas mulheres. Era disso que as cantigas entoadas a toda hora, como num ritual de fé, nos contava. Resistir, seguir em frente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Moçambique foi também uma descoberta de sabores gastronômicos. Saborear a mandioca, o milho, a batata doce, a abóbora com outros temperos, preparados de outra forma foi no mínimo encantador. Aprendi ali valor de resignificar os alimentos, assim como as experiências. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em um determinado momento, me senti como a Júlia Roberts em Comer, Rezar e Amar, filme baseado no livro homônimo de Elizabeth Gilbert. Sim, havia tido uma epifania gastronômica e religiosa-espiritual. Faltava a epifania amorosa. E ela veio porque eu me permiti. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde então, meu dia é vivo, cheio de carinho, e de uma leveza que eu nunca havia experimentado. E, assim como as moçambicanas, que estão sempre a dizer obrigada, eu também só tenho a agradecer. Que o amor e a vida sejam leves. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_181217_202825_249.sdoc-->Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-41355221577489956362018-11-04T00:13:00.002-03:002018-11-04T00:15:27.996-03:00Encontros passados futuros<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFs1F8AYqEBLPhkrpxZ-gf9c5h8mZmehukeXeFgVwMctw3txgiRzKAY-vmf19fkppMwnvfp2Q0lFoDDGH8dz4Emuo-Gq26hVHoQEHKE1JCVIc8WDmp2evDukIwsGm1qVnMuQBEd5WCtqA/s1600/images.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="412" data-original-width="550" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFs1F8AYqEBLPhkrpxZ-gf9c5h8mZmehukeXeFgVwMctw3txgiRzKAY-vmf19fkppMwnvfp2Q0lFoDDGH8dz4Emuo-Gq26hVHoQEHKE1JCVIc8WDmp2evDukIwsGm1qVnMuQBEd5WCtqA/s320/images.jpeg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Sempre me imaginei nas situações em que te encontraria passados longos cinco anos. Imaginava te encontrar em algum congresso, nos corredores da universidade, no café mais badalado da cidade, em uma livraria ou qualquer outra circunstância que arrotasse sua arrogância travestida de fineza.</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
<div style="text-align: justify;">
Por ironia, quis o destino que fosse a praia o lugar escolhido para aquele encontro, embora eu tenha fingido que não te vi e você apenas retribuiu o gesto, ignorando-me por completo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembrei-me daquele dia em que você me disse que ficar comigo representaria uma vida medíocre. Aí está a ironia: de repente, estávamos os dois medíocres sob o mesmo sol, pisando a mesma areia, olhando o mesmo horizonte, sentados na mesma barraca de praia que oferecia aos seus clientes mesas e cadeiras de plástico. Condições iguais. Nem mais ou menos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não tenho dúvidas de que é a praia o lugar mais democrático do mundo. E que é ali que, vez ou outra, os medíocres (ou não) se encontram para compreenderem que o passado já não serve mais para uso. E que o futuro, este que dá nome a praia, é tão imenso quanto o mar que contemplamos separados. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_181104_001054_854.sdoc-->Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-52088963417871642412018-07-17T22:30:00.000-03:002018-07-17T22:30:21.678-03:00Sobre poder <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Homens não gostam de mulheres. Gostam do poder que exercem sobre elas. Falo isso considerando que vivemos um sistema patriarcal permeado de relações de poder. Nem mesmo mulheres com franca autonomia conseguem escapar da máxima ditada acima. Além da dependência econômica, o poder exercido está também na ordem da dependência emocional e moral.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vejam, homens não gostam de mulheres mais inteligentes do que eles. Claro que há exceções. Todavia, a regra é esta. Dito isto, a mulher idealizada não pode gostar de política, economia, esportes, religião. Tem que ser aquela que partilha do sensível. Da arte, da literatura. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ora, ainda que façam uma arte de resistência e engajada, não são capazes de, sozinhas, mudarem as estruturas de poder. Daí isto pode não ser um empecilho para o homem, que continua exercendo poder sobre as mulheres. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Com isso descartamos também a ideia de relações que se estabelecem somente pelo amor romântico. Aqui há uma troca mútua de interesses. O que um tem a oferecer ao o outro que lhe interessa? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">PS: É o que por ora tenho observado. Preciso desenvolver melhor estas ideias. ;)</span></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-58309110281024346742018-07-17T22:24:00.000-03:002018-07-17T22:24:38.145-03:00O ataque à Universidade <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A matéria da BBC sobre a crise na ciência apresenta para o leitor que, além dos cortes de verbas na educação, o problema estaria no fato do país ter formado um número grande de doutores (que não estão inseridos no mercado) e de uma certa falta de planejamento na expansão universitária, afinal foram fundadas dez novas universidades nos últimos quinze anos (e nenhuma nos governos do PSDB). </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A notícia viralizada traz consigo um perigoso discurso neoliberal que vê o acesso à universidade apenas como gasto e não como direito. Colocam a ciência quase como desnecessária! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que a BBC não conta é que, embora o número de doutores seja grande, os valores escondem uma imensa desigualdade, com má distribuição geográfica dos titulados e áreas em que ainda é escassa a formação desses profissionais. Portanto, sim, precisamos formar mais doutores. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A outra questão não-retratada é que a reforma trabalhista levou os centros universitários particulares a uma grande reestruturação, promovendo não apenas demissões (inclusive de professores renomados), mas o completo desmonte de programas de pos-graduação que precisam ser geridos por doutores. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na graduação, tem sido recorrente a substituição de professores mestres por especialistas. O argumento é de que é mais barato manter as turmas que já não possuem tantos alunos, uma vez que as mudanças no fies e no ProUni diminuíram drasticamente o número de estudantes matriculados. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não bastou a PEC que congela os recursos em 20 anos, o alerta é que vão tentar destruir a universidade a todo custo! </span></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-22504430127632318552018-03-10T19:57:00.003-03:002018-03-10T19:57:32.527-03:00<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desde que a história do professor da UFRN que expulsou mãe e filha de sala de aula ganhou repercussão nacional, diversas estudantes, que são mães, iniciaram uma linda campanha no grupo do Facebook intitulado Bolsistas Capes. São fotos com filhos e filhas e diversas histórias de como conseguiram conciliar a vida acadêmica e a maternidade. Histórias que não cabem em um lattes. Histórias de resistência. Porque esse tem sido o nosso papel: resistir ao que o patriarcado quer ditar sobre os nossos corpos e nossas vidas. Não nos querem no espaço público.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não passarão! Vamos sempre conseguir transformar nossa dor em luta! </span></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-25534921837345216192018-01-24T20:19:00.005-03:002018-01-24T20:24:48.744-03:00Sobre a autocrítica do PT<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Sempre que vejo alguém pedir para Lula ou o Partido dos Trabalhadores fazerem uma autocrítica do que foram os seus anos de governo, me vem a mente um processo muito ligado a noção de uma culpa cristã. Basta que ele confesse os pecados e estará perdoado dos erros cometidos no passado. Confessar é a chave para a redenção. É quase um ato penitencial: "Por minha culpa, minha culpa, Minha tão grande culpa", como diz a oração cristã.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Na prática, sabemos que não é bem assim. O ódio ao PT e a Lula já estão tão arraigado no imaginário "da esquerda que a direita adora", que seria difícil cogitar qualquer tipo de aliança política ou quer seja programática. Outros fatores, como a vaidade política, impedem este "sacrifício". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A autocrítica aqui, é portanto, só mais uma forma de tentar condenar ainda mais Lula. Sabe? Aquela história de apontar o dedo para dizer: "nós avisamos", etc. Não há espaço para uma construção real. A forma como essa esquerda se comporta, nos diz muito sobre isso. É capaz de nunca aceitarem essa crítica própria feita pelo PT, porque o que vale é o que pensam os "iluminados" e "puristas". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A cantilena da autocrítica também me parece uma forma de aniquilar o Partido dos Trabalhadores. Na mente de alguns, o fim do PT abre espaço para a ascensão de outros partidos e, consequentemente, lugar para dirigir às massas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A mobilização entorno de Lula, quer seja nas caravanas Brasil afora e no processo do julgamento do triplex, demonstra que essa turma é muito ingênua. Para quem acha que o PT estava morto, ele continua ainda mais vivo como um instrumento importante da classe trabalhadora.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A autocrítica pública para execração e deleite dos esquerdistas não virá agora. Embora, é verdade, ela está publicada nos documentos do partido dos congressos que aconteceram nesse período, nas teses das diversas correntes, nos manifestos. Pode não ser a crítica ideal e desejada, mas é a que tem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Em tempos de avanço neoliberal e do conservadorismo, me parece que a estratégia é muito mais apostar na construção de um programa e de uma tática que nos leve a uma restauração da esquerda, do que esperar uma crítica feita a si próprio possa vir a zerar o jogo e só assim começar a pensar em uma unidade. Minha aposta é que essa autocrítica se dará mais no processo de construção deste programa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-21227424710445939382018-01-15T15:42:00.000-03:002018-01-15T15:42:28.348-03:00Pronto<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Circula pelo Facebook um texto que retrata o estilo e costume dos cearenses de Fortaleza. Até ver esta publicação, nunca tinha me passado pela cabeça do quanto utilizamos a palavra "pronto" para iniciar ou finalizar frases. Pronto... Foi o início para me policiar se estava ou não falando esta expressão em excesso. Agora pronto! Fiquei com essa noia. Mas, ao mesmo tempo, a cada “Pronto” falado dá-me um orgulho danado de ser cearense. Pronto! Era só essa besteira que queria compartilhar. </span></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-65882938655093023352017-12-30T22:20:00.002-03:002017-12-30T22:20:57.553-03:00Feminismo <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">2017 foi ano em que o liberalismo se apropriou de vez o feminismo. Assim, se consolida a (falsa) ideia de que o mercado é capaz de dar liberdade para a mulher escolher explorar o seu corpo e ganhar com isso. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como se o patriarcado e o capitalismo nos dessem a oportunidade de fazer escolhas. Que o diga o ano de 2016, em que golpearam a democracia e com ela vários dos nossos direitos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No máximo, estamos tentando sobreviver à pobreza, à miséria, à violência, ao feminicídio, à cultura do estupro. Estamos lutando cotidianamente contra a mercantilização do nosso corpo, das nossas vidas, dos territórios. Ao avanço do conservadorismo sobre os nossos direitos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como escreveu Clarice Lispector: "Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-41334736643733068742017-11-04T17:08:00.000-03:002017-11-06T21:10:25.181-03:00Verdades e Mentiras<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quero aqui falar de ilusões e sobre criar expectativas. Desde que sofri a primeira grande decepção amorosa, daquelas que te fazem petrificar o coração, tenho me policiado sobre a possibilidade de criar expectativas. Afinal, o medo de sofrer te paralisa e te faz ficar atenta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Entretanto, nos últimos tempos, tenha refletido muito sobre o limite entre "criar expectativas" (vindas de você) e "a expectativa que é criada pelo outro". Ou seja, qual a parte da minha culpa nisso?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Veja, uma coisa é você fantasiar o outro e desejá-lo como ele deveria ser. Outra coisa é como o outro se projeta, de forma que você acaba por comprar aquela ilusão dele, tomando-a como uma verdade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para ser mais nítida. Você conhece alguém (ou acha que conhece). A forma como a pessoa age, fala, pensa te leva a crer que ali está um cara estudioso, trabalhador, arrimo de família. Se ele diz que está ajudando o pai a consertar o carro, a irmã com o trabalho ou a mãe a decorar a casa... Uau! Que cara família! Que admirável!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas aí o cara atencioso muda. Não te responde as mensagens. Lá no fundo você sabe que algo mudou. Insiste em saber o que é. Diz que se ele não quer continuar, que avise. Mas a resposta vem com um "não é nada".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A verdade vem e logo o cara família se torna um cafajeste, como ele se autodenominou um dia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem aí mentiu para si? Você que criou expectativa? Ou o outro que deu condições para que você tivesse essas expectativas?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por mais que o outro diga "sou sincero", a verdade é algo socialmente construída. Você pode ir construindo as verdades, ainda que ali esteja a mentira. Parece confuso. E é.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O cara pode dizer que quer ter filhos porque gosta de crianças. Isso é uma verdade. Mas um dia você o vê maltratando crianças e se pergunta "qual a verdade sobre esse cara?".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Trago essas questões porque o patriarcado recai nas mulheres grande parte da culpa sobre o criar expectativas. Claro, não negamos aqui que a ideia de um amor romântico ajuda neste tipo de criação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas surge a ideia de que falta amor próprio as mulheres. "Caras assim só se aproximam de quem não tem amor próprio", diz um texto de autoajuda. Ainda que não tenhamos aceitado a mentira, sendo que ela foi empurrada para nós. Somos colocadas como culpadas, em uma situação em que somos vítimas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Também o fenômeno da falta de responsabilidade afetiva (ou de empatia) ajuda a internalizar essa culpa do criar expectativas. Como? A medida em que entram em nossa vida, criam imagens sobre si que não são reais, somem e são incapazes de pedir desculpa, justificar as mentiras, deixando tudo em aberto sem o mínimo de diálogo. Não tem o mínimo de responsabilidade, destruindo a autoestima de muitas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em tempos de redes sociais que alimentam uma vida falseada (pessoas perfeitas, lindas e felizes em lugares lindos e perfeitos), em que notícias falsas constroem a destroem imagens, a mentira aparece como o novo balizador da vida. Naturalizamos e a aceitamos porque queremos fazer parte dessa ilusão da vida perfeita. Ao mesmo tempo, repactuamos com o machismo e o patriarcado, mantendo a relação de dominação-subordinação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Terminaria o texto com alternativas para romper com isso, mas não há. Me parece que tem muito mais a ver com sorte do que com uma fórmula para fugir de gente assim. Talvez a única recomendação, seria a necessidade de exercitar a sinceridade</span></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-1863517225337616852017-09-14T22:59:00.001-03:002017-09-25T21:53:53.096-03:00Sobreavisos<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Noite passada tive dois sonhos. Em um deles, meu desejo aflorava em uma doce ilusão. O segundo sonho, comandado pelo subconsciente, talvez, me fazia encarar a dura realidade dos fatos: não há amor, segue. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Na vida real, antes de encontrá-lo, cortei o dedo. Não foi um corte profundo. Quis sangrar, mas não sangrou. Ficou apenas a dor martelando, alertando que estava ali.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Ainda na vida real, você me viu e primeiro fingiu que não viu. Insisti no olhar, porque sou dessas que se atrevem a ver até onde a falsidade chega. Quando me viu, fingiu uma cara de surpresa tão engraçada que eu quis desatar a rir. Mas permaneci ali, incólume, altiva, cumprimentando-o maduramente com um "tudo bem?". Seu "tudo bem" seguido de um "um na correria", me levou ao aspecto racional da cena. Na verdade, você quis dizer: "Estou bem. Muito ocupado, por favor não me procure mais".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mas pela primeira vez eu não senti nada. Nada. Nem desejo, nem tesão, nem angústia, nem vontade de chorar. Te achei feio, desengonçado. Fui tomada por uma paz de espírito em perceber que não fui eu quem errei. Não fui eu a escrota. Não. Esse título não é meu. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Ahhh... Liberdade talvez seja isso: cortar o dedo, sangrar ou não, martelar a dor, ver-se livre de quem um dia você já gostou. </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Obrigado aos sonhos e aos astros que têm sempre me avisado. Racionalidade é, sem dúvida, a palavra do mês. </span></div>
<br />
<br />
<br />Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-36366993766619096702017-08-29T21:17:00.001-03:002017-08-29T21:19:13.604-03:00Lula no Ceará <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKGsDOuUtDjbASs83ozNYlHjo7JiHgdCqUr_lgmhyrovOB_UUK5uUFBafNnOYQ_aRj515Qq8RelLnQH4vHQ50tEZZGi0roQvPfvTobDVesdXv_tEQLlrnwYLKvWrH0okTQbL078RlwwqA/s1600/FB_IMG_1504050841576.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="488" data-original-width="480" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKGsDOuUtDjbASs83ozNYlHjo7JiHgdCqUr_lgmhyrovOB_UUK5uUFBafNnOYQ_aRj515Qq8RelLnQH4vHQ50tEZZGi0roQvPfvTobDVesdXv_tEQLlrnwYLKvWrH0okTQbL078RlwwqA/s320/FB_IMG_1504050841576.jpg" width="314" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Lula hoje está no Ceará. No meu Sertão Central, em Quixadá. Se meu avô fosse vivo, talvez ele quisesse ver o Lula de perto. Ou ficasse com o ouvido colado no rádio de pilha, ouvindo cada passagem do presidente e chorasse. Assim como chorou ao ver Lula subindo a rampa do planalto, na primeira posse do presidente. E depois na segunda. Porque Lula emociona mesmo.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Queria muito estar lá, mas fiz a opção de seguir lutando por um sonho. Vou ser uma das primeiras mulheres da minha família a ter um título (Porque certamente, depois de mim, muitas virão). E graças a um governo que entendeu que a prioridade era melhorar a vida do povo. E é com a força desse povo que vamos ter Lula de novo. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-22510043020534007672017-08-07T22:22:00.003-03:002017-08-07T22:26:17.982-03:00Não te rendas<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0 , 0 , 0 , 0.87); white-space: pre-wrap;">
Tem pouco mais de 15 dias que um grande amigo tentou tirar a própria vida. E se não fosse o meu vício de estar sempre online (e olha que eu já amaldiçoei tanto isso), não teria descoberto o plano quase perfeito de sua morte.
Passei o dia pensando nele. Hoje é o dia que celebramos mais um ano em sua vida. E pensando na poesia de Mario Benedetti que transformei quase em oração-mantra:
"Não te rendas, por favor, não cedas,
Ainda que o frio queime,
Ainda que o medo morda,
Ainda que o sol se esconda,
E o vento se cale,
Ainda existe fogo na tua alma.
Ainda existe vida nos teus sonhos".
Depois pensando nos amigos e amigas que tem passado por tantas dificuldades (maldito Temer!).
Confesso: não tenho sido uma boa amiga. Não consegui visitar a amiga que ganhou neném e que há tempos prometo ir conhecer. Não consegui visitar o amigo que perdeu a mãe tragicamente e ainda não tive como visitar esse meu amigo que aparece no início do texto. Fora as amigas a quem prometo aparecer para uma cerveja e nunca vou.
Não posso usar o doutorado como desculpa. Às vezes falta tempo e dinheiro, sobra preguiça. Às vezes tenho convivido mais com meus demônios do que com os anjos...
Mas permaneço aqui, querendo abraçar a todos e todas e os colocando no meu escudo de proteção. Por isso, não desistam de mim, porque eu ainda não desisti de vocês. Não estão sozinhos e eu os amo.
</span></span>Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-13494687127456897892017-08-06T09:34:00.002-03:002017-08-06T09:34:53.466-03:00Sobre profundidadeNão te cansas mergulhar e apenas molhar os pés?<br />
<br />
Não te cansas voar baixo sem que consiga abrir as asas?<br />
<br />
E ainda que voes alto, te vendam os olhos para que não sinta a beleza do vôo. Não te cansas?Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-84062359761817461242017-08-06T09:29:00.001-03:002017-08-06T09:29:17.932-03:00Caminhante<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Engole a paixão</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Engole o choro</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Engole a saudade </span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Apenas Segue</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">E segue</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Outros dias virão</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Outros virão</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Virão</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Porque és a que caminha </span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Enquanto o vento da liberdade</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Te ilude e te engana</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-size: 14px; font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">É possível ser livre sem se aprisionar?</span></span>Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-758048411972363772017-07-13T23:21:00.000-03:002017-08-06T09:31:15.500-03:00Um desses carinhas<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Fico me perguntando se ele sente minha falta ou mesmo se ainda lembra de mim. Será que tem vontade de mandar mensagem e perguntar como as coisas estão? Será que me procura nas redes sociais para saber se estou on-line? Assim como eu lembro dele?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Outro dia, vi que um desses carinha ainda lembrava de mim. Lá estava ele respondendo num post de uma menina. Dizia que havia ficado com alguém (no caso eu) que fazia aniversário no mesmo dia que ele (me parece que ela também era da mesma data). Mas ao final da resposta, ele afirmava que ela não se preocupasse, porque só amava mesmo a fulana do post.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Respirei. Li aquilo mais uma vez e lancei o foda-se. Vou exclui-lo da minha vida. Nada de interação Facebookiana com ele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mais eis que um desses carinhas me enviou mensagem dizendo que estava na minha cidade, sugeria que queria me ver. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Primeiro tomei aquilo como apenas uma mensagem de educação. Não sei o que aconteceu no passado, mas uma rusga se instalou entre nós (mesmo antes do episódio do post). Por mais que ele afirmasse sermos amigos, sempre o sentia diferente comigo, não me quis por perto quando sugeri irmos a uma festa de Carnaval juntos (e em turma). Aliás, mentiu dizendo que não ia e foi.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Uma amiga me convenceu do contrário. Era possível que ele quisesse mesmo esse encontro. Era paranóia minha essa ideia de ressentimento. Ele também tinha mandado mensagem pra ela, queria juntar a galera. Nem eu e nem ela estávamos na cidade e só chegaríamos no sábado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Pois bem, quando cheguei no sábado, mandei uma mensagem bem despretensiosa para um desses carinhas. Já sabia que não daria em nada. Ele tinha compromisso naquele dia, mas enfatizou que fazia questão de me ver. Acho que como forma de compensar o fato de eu, numa dessas vezes, ter me deslocado 2 mil km só para encontrar com ele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Insisto mais uma vez, afinal queria saber até onde iria a mentira. Ele me responde um dia e meio depois com um simples "Estou indo para Jeri com o pessoal". Hora de ligar o foda-se de novo. Visualizo e não respondo a mensagem. Embora quisesse perguntar a ele se eu tinha cara de idiota, porque minha amiga já tinha me dado toda a agenda dele. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Bom, se for para ser lembrada como um desses carinhas lembra de mim, melhor mesmo é ser esquecida. Não sei vocês, mas ando tão cansada de gente mentirosa, mesquinha, vaidosa, sem um pingo de responsabilidade com outro. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Fico pensando que esses caras querem que a gente corra atrás deles como se fossem a última coisa do mundo e ficam magoados quando não fazemos isso. Tô numa fase que se me diz "não", não faço o menor esforço para ficar, porque sei que outros virão e o ciclo se reinicia.</span></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-90231910694672029302017-07-13T21:00:00.000-03:002017-08-06T09:33:00.856-03:00Caminhos incertos <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Confesso que tem sido bem difícil fazer um doutorado em tempos tão sombrios, incertos e escassos. De repente, você escolhe um caminho e se prepara para ele, mas não tem mais certeza se quer seguir por ali, embora você goste do que faz. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A questão é que você não iniciou esse caminho há dez minutos, mas há quase dez anos. Dez anos! Uma década dedicada a perseguir um objetivo. E com isso vem as crises de ansiedade, as frustações e uma enxurrada de artigos sobre como o país está formando um "exército de doutores" desempregados. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">As ciências humanas está em constante ataque. Querem determinar que o que se faz não é ciência, porque ciência mesmo é o que produz tecnologia, desenvolvimento, lucro e mais lucro. Pensar as relações sociais, pensar os efeitos comunicacionais, as subjetividades, etc, etc. Nada disso dá lucro. Ao contrário, a narrativa que se está construindo é de que cada vez mais se produz algo sem importância, que o país está perdendo com isso. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">É um discurso que esconde outro tipo de manobra perigosa: a de censura ao pensamento social, sob a falsa premissa de barrar uma doutrinação marxista-petista-esquerdista-gayzista. Enterram, assim, anos de tentativas epistemológicas e ontológicas de firmar os campos ligados a essa área. </span></div>
<br />
<span style="font-family: verdana, sans-serif; text-align: justify;">Dá uma tristeza em pensar que estamos regredindo. </span>Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-22749695730961995432017-06-07T10:17:00.004-03:002017-06-07T10:17:36.089-03:00<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Seria estranho se você não fosse embora...</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Estranharia ainda se não mentisse...</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Soaria falso se não fosse o escroto que é...</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">A carne que vos fala não precisa sentir</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Porque aqui repousa apenas o teu desejo </span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Objetificado no meu corpo.</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">Mas a carne sente </span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">E chora</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">E fica magoada</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">E se destrói</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">A descoberta do sentimento.</span><br style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;" /><span style="background-color: #fafafa; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-variant-ligatures: none; white-space: pre-wrap;">De um corpo que é vida e quer viver</span></span>Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-14195856240431065302017-05-17T01:43:00.001-03:002017-06-07T10:13:31.009-03:00O mundo que a gente não quer<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Sempre que leio casos de violência contra as mulheres vou confirmando a teoria de que os homens não as amam. Não nesse modelo patriarcal. Somos vistas como objeto, de prazer ou de poder. Tanto faz. Amor, cuidado, empatia, afetividade. Não há. Em menor ou maior escala, a gente espera a hora que serão escrotos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Esses dias uma história de violência psicológica mexeu tanto comigo. Vi ali um pedaço da minha vida que nunca tive coragem de contar a ninguém. Chorei copiosamente até dormir, lembrando de um passado ainda tão presente e que ainda me persegue de uma maneira muito sutil. </span></div>
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Tem frases que ainda não consigo esquecer: "Você ficou inteligente demais para mim" (Comprovando que disputava comigo um tipo de poder intelectual). Ou coisas como: "Você quer me dar o golpe da barriga" (Aqui lembro de quando praticamente me obrigou a comprar um teste de gravidez).</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Sinto-me quase uma Jéssica Jones, a heroína da Netflix, fugindo daquele que ainda pode dominar de alguma forma seus pensamentos. </span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A história que me ativou o gatilho emocional foi de uma jovem atriz que perdeu boa parte da vida sob a mira de uma violência psicológica travestida de relacionamento amoroso com seu ex-professor. Seis anos numa relação com um cara que não a assumia, com muitas mentiras e aquela tentativa básica de sempre insinuar que a moça entendia tudo errado, fazia confusão, era doida, etc.</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">As semelhanças: ex-professor, muito tempo entre indas e vindas (aqui foram 5 anos), não me assumia, mentiras, mentiras e aquela tentativa básica de sempre insinuar que a moça entendia tudo errado, fazia confusão, era doida. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Até hoje não sei o que é verdade ou o que é mentira nas histórias que ele me contava. Num dia era bissexual e me contava histórias das transas com homens. No outro, era mentira. Tinha contado o fato só pra me excitar. Num dia, numa dessas separações, me diz que passou um ano sem transar com ninguém. Quinze dias depois, quando voltei de uma viagem da Bahia, me mandou mensagem dizendo que tinha se apaixonado e estava namorando. Nunca me assumiu e de repente estava namorando! </span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Quatro meses depois, voltou a falar comigo porque estava arrasado por ter perdido na seleção para uma bolsa sanduíche. Um mês depois, nos falando apenas por mensagem de celular, ele, que morava em outra cidade, me diz que vai tá numa data X. Quer me ver. Tá com muitas saudades. </span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Fico ansiosa. Aliás, a crise de ansiedade era uma parceira constante. Cancelo uma viagem para o Rio. Assim não tem desculpa para não vê-lo. Na data combinada, recebo um e-mail. Não conseguiu passagem para vir. Dizia que o amigo, que ia conseguir uma passagem via sindicato, não teve sucesso. </span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Desconfio. Ele nunca me mandava e-mails. Uma olhada rápida no Facebook vejo que o tal amigo está num bar com amigos meus que temos em comum. Alguém acabara de postar a foto.</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Volto ao e-mail e respondo que sei que ele está na cidade. Xingo e ameaço. Covarde! Dez minutos depois admite que está na cidade, esqueceu o celular. Usa o do pai. Diz que passa na minha casa para conversarmos. Diz que ainda tá namorando e que a história de ter ficado com um cara outro dia, era mentira. Vamos a um motel. Pior transa da minha vida. Não consigo fuder. Só choro. Choro copiosamente. </span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Ainda assim saímos bem. </span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mas dali a dois meses, dois dias depois do meu aniversário, quando cobro por whatsapp que ele esqueceu a data, recebo uma mensagem bem direta: "não somos amigos. A gente só lembra de quem somos amigos".</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Morri ali. Minha autoestima também. Minha reação foi apenas dizer que o que ele fazia comigo era violência psicológica. E que tinha todas as provas contra ele (como ainda tenho) e que se ele chegasse perto de mim, destruiria ele e em especial a carreira dele (ou o micropoder que ele tanto preservava). Morria de medo de que prints do pinto dele fossem expostos, como se eu fosse capaz de algum tipo de porn revenge.</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Desde então, são quatro anos sem nenhum tipo de contato, embora, vez por outra alguém tente abalar meu emocional enviando menções sobre o morto. Bloqueio total das redes e alerta para qualquer movimentação estranha.</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Voltando ao vídeo da moça, ela fez o que eu gostaria de ter feito: processado por violência psicológica . Mas, na época, tive vergonha da família e dos amigos. Tava com a autoestima lá embaixo para enfrentar um processo tão duro e de tanta exposição. Me culpava de ter deixado me envolver emocionalmente. Me culpava por não ter ouvido minha mãe. Me culpava. </span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Só com muito feminismo fui entender que a culpa não era minha. Eu era vítima daquilo tudo. Depois compreendi a forma debochada como ele falava sobre as ex ou porque nenhuma falava direito com ele ou simplesmente não falavam.</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O texto não tem o intuito de escracho. De denúncia sim. Escracho não. Perdi o tempo dos fatos. Mas senti uma vontade enorme de escrever.</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<span style="font-family: verdana, sans-serif; text-align: justify;">Como em Brilho Eterno de uma mente sem lembrança, apagaria cada traço dele em mim, com a condição de nunca encontrá-lo. E tenho evitado esse encontro. </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">É uma cicatriz que nunca fecha e sempre dói a medida que alguém machuca. </span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mas como diz a canção, sou daquelas com "uma estranha mania de quem tem fé na vida". Por isso, seguimos em marcha, até que todas sejamos livre do machismo, do racismo e do patriarcado. Que a moça do vídeo tenha mais sorte do que eu!</span></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">
</span>Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-12053880890088652052016-09-22T20:17:00.002-03:002016-09-22T20:17:30.150-03:00Resistir<div style="text-align: justify;">
Lula levando uma multidão por onde passa pelo Nordeste (Crato, Iguatu, Fortaleza, Natal, Recife). Dilma começa a andar pelo país levando muita gente aos comícios do Rio e da Bahia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há quem diga que o PT morreu, mas a bolha ideológica do meu Facebook teima em me dizer o contrário: tá vivo e ainda pulsa. Quem consegue ainda arrastar tanta gente em um projeto partidário?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E ainda que os resultados possam se apresentar como inexpressivos daqui a alguns dias, quando saberemos o número exato de prefeituras ocupadas pelo partido, digo que já ganhamos demais com toda essa mobilização para retomar a luta anti-neoliberal e projeto popular. \o/</div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-72351388743434083282016-09-17T22:55:00.002-03:002016-09-17T22:55:49.200-03:00Sobre compreensão<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sim, eu entendo</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nós mulheres sempre entedemos</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sempre somos nós as compreensivas </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem não entende são vocês</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tenho pressa em viver</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Daqui a pouco volto pra casa</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tomo outro rumo que não este</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Minha vida selvagem me condena em outra direção</span>Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-40898744582969944052016-09-10T23:49:00.005-03:002016-09-10T23:53:52.843-03:00Sobre atrasos<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Atrasada. Cheguei depois. Alguém já faz morada em teu peito. Outro alguém que não eu. Mais uma vez me atraso para a vida dos pares. Porque reside em mim a sina de ser ímpar, de ser frigideira, a panela sem tampa. Fulgura a solidão. E mesmo que não haja o outro para me fazer feliz, preciso do outro, desejo o outro, o quero. Há tempos me atraso. Desespero. Reconsidero. Me faço forte. Não há lugar para o inseguro. Não há tempo para isso. Coloco meu melhor sorriso e sigo o rumo da grande incógnita chamada vida. </span></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-75297979492730214722016-02-16T21:09:00.001-03:002016-02-16T21:09:32.695-03:00Amor próprio <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tenho vontade de puxar assunto ali na janelinha de bate papo mais próxima. Quero dizer que tenho saudades, que quero te ver, que quero sentir seu cheiro, que te quero. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se fosse em um outro tempo, eu abriria a janela e diria. Mas ando cansada de monólogos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quero que você saiba que eu tenho sonhos, que quero compartilhá-los. Desejo que você pergunte sobre o meu dia, sobre a minha vida, os meus caminhos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando você disse que seríamos amigos, eu acreditei. Cheguei a pensar que pudéssemos conversar. Todos os dias. Todas as horas. No meu delírio estaria com você ali. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se fosse em outro tempo, isso aconteceria. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas um dia, outro amor chega. E você percebe que ele sempre esteve ali. Discreto, tímido, quase sumido. Mas ele reside ali. É o amor próprio que anuncia um novo tempo do acontecer. </span></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-75493376653412623302015-09-26T21:37:00.001-03:002015-09-26T21:39:04.057-03:00Não há sonhos<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, sans-serif;">Deito a cabeça e não me permito mais sonhar</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white;"><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A escrotice dos homens derreteu as asas de Ícaro </span></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white;"><span style="color: #222222;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No voo alto da paixão</span></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, sans-serif;">Coleciono quedas</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, sans-serif;">Coleciono cicatrizes</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, sans-serif;">Coleciono desilusões</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaur3Ja8DscXz03PGnxFVbGc5ZabOH8rIfd6pMzGZm8uS2m_zDvusTox0fBMiI8w4alnxl8ttOaYfiIIvuvh3mzOsEMnsoijTG5bLBE2ppiG_kHfKo5KHCxJ9vz1bLS1zHhOx1-2yzqi0/s1600/AP-6-G.jpg" imageanchor="1" style="background-color: white; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8000001907349px; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaur3Ja8DscXz03PGnxFVbGc5ZabOH8rIfd6pMzGZm8uS2m_zDvusTox0fBMiI8w4alnxl8ttOaYfiIIvuvh3mzOsEMnsoijTG5bLBE2ppiG_kHfKo5KHCxJ9vz1bLS1zHhOx1-2yzqi0/s320/AP-6-G.jpg" width="320" /></a></div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-17907683430323826182015-08-09T19:34:00.002-03:002015-08-09T19:35:55.790-03:00Paixonite - Poema I<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSX-mYQ790sJ1EK3W7-8u_N8fSoy4nUD__4YsnCMb2ErUopmE13bZYx1K5xPmOeeieDflCDerUdLLTfadZWiysGtbjXrtCeqcPRd4ggl5XiGogcgocx2emGdN4vn6bThAoq1XsrBVxXEs/s1600/menina-com-corac3a7c3a3o-voando.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSX-mYQ790sJ1EK3W7-8u_N8fSoy4nUD__4YsnCMb2ErUopmE13bZYx1K5xPmOeeieDflCDerUdLLTfadZWiysGtbjXrtCeqcPRd4ggl5XiGogcgocx2emGdN4vn6bThAoq1XsrBVxXEs/s200/menina-com-corac3a7c3a3o-voando.jpg" width="199" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
A paixão quer morada</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
Já não posso resistir em fechar a porta</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
Porque os desejos e os sonhos me fazem abrir janelas</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
A paixão vem em calmaria</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
Traz o cheiro da vida misturado ao cheiro do amor</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
A vida sorri novamente</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
Quero sorrir também</div>
</div>
Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3496521801806057622.post-22730307950530083272015-06-19T10:41:00.003-03:002015-06-19T10:41:30.717-03:00A caminho do Rio<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;">A ansiedade reside em mim.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">Quero tocar os teus lábios </span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">Sorver o teu gosto</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white;"><span style="color: #222222;">Enquanto a minha língua prende a tua.</span></span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">Quero sentir a paixão invadindo o meu corpo.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">O fogo a me consumir.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">Quero gozar e sentir o teu gozo.</span><br style="background-color: white; color: #222222;" /><span style="background-color: white; color: #222222;">Amantes ofegantes pelo fim do longo período de ansiedade </span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;">***</span></span>Isabelle Azevedohttp://www.blogger.com/profile/12138203428509202787noreply@blogger.com0