sábado, 23 de fevereiro de 2008

Sensações

Era ali do alto de sua imaginação, transpassando as fronteiras do indivisível, que ela soltava o grito mais profundo. Sentia uma imensa vontade de gritar. Gritaaaaaaaaaarrrrrrrr. Ia até onde os outros não conseguiam chegar só para dizer algumas palavras que ecoavam e se perdiam. Ecoaaaaaaarrrrrr. Ninguém a ouvia? Tinha a impressão que estava sozinha no meio do nada. Estaaaaaaaaarrrrrrrr. Não estava. O que ela não sabia era que alguém a observava. Observaaaaaaaaarrrrrr. Todavia, estava perdida no meio do tudo. Tentava se encontrar. Encontraaaaaaarrrrr. Ora, ora. Perdida. E então? Será que deveria esperar pelos ventos? Esperaaaaaaaaaarrrrrr.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"Esse blog tá ficando muito meloso. Vou arranjar um texto melhor para postar aqui."
[Teresa Cristina. Ela ainda não arranjou tempo de aparecer e postar o que quer por aqui. Deve fazer isso em breve. Tudo vai mudar.]

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Amor: palavra que não volta

Levou a mão a boca como se quisesse prender a frase que queria sair. Apesar de saber que aquilo não daria muito certo. A frase subia-lhe pela garganta com uma voracidade e rapidez incrível. Era como um vulcão prestes a explodir. Tentou segurá-la. Mas ela fora mais esperta. Aproveitou uma brecha entre os dedos e escapou. Então, o que se ouviu foi um sonoro “eu amo você”. Assim. Sem mais nem menos letras.

Tudo ficara em silêncio. Ele, atônito, não sabia se respondia ou se ignorava aquilo. Mas estranhamente optou pelo silêncio. Ela, também atônita, quis consertar a situação. Não sabia como. Preferiu emudecer também. E ficaram os dois ali. Sem se olharem. Apesar de sentirem que estavam se olhando com uma grande profundidade. A respiração dela tornou-se ofegante. Estava angustiada com o que acabara de dizer. Fora precipitada. Muito precipitada. Sabia disso. Mas não tinha mais jeito. Não podia fazer a palavra voltar. Se pudesse...

A respiração dele também se alterou. Não esperava por aquilo. Dizer um “eu amo você” assim. Daquele jeito? Não esperava mesmo. No fundo não sabia o que dizer. Tinha pena dela. Não sabia como dizer que aquele sentimento não era recíproco.

Não sabia quanto tempo estavam ali. Olhando um para o outro sem se verem. Parecia que havia passado dez minutos. Um século, talvez. Ou uma eternidade. Parece que tudo havia parado, esperando que a situação se definisse. O vento então parara de alisar os cabelos dela. A gota de água teimava em não descer. Parara de escorrer da garrafa com o “eu amo você”. Estava suspensa, como se estivesse com medo de cair e trazer consigo o caos.

Não sabiam precisar o tempo. Mas fora tempo suficiente para acabar com aquela noite. E com as próximas noites. Os próximos dias... Não tinham mais o que conversar. Nunca mais teriam. Ou talvez tivessem.

Ela pelo menos queria dizer o quanto o amava. Repetiria o “eu amo você” um milhão de vezes se preciso. Por mais que ele não acreditasse. Ela repetiria sim. Faria juras de amor e tudo quanto tivesse direito.

Tinha que se preocupar com o depois. Haveria um depois? Um depois como o de antigamente? Ora! Que mal haveria num “eu amo você”. Tanto mal assim?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Voar

Alguém pode empurrar o balanço para mim, por favor? Só não me deixe pôr os pés no chão. A realidade é tão cruel. Prefiro me esconder ali naquela nuvem. Nuvem-coração. Alguém pode empurrar o balanço? Será que estou sozinha por aqui? O balanço. Alguém o empurre, por favor. Mas me faça voar alto. Bem alto. Me faça sentir o vento bater no rosto, o coração querer saltar pela boca, o frio na barriga. Voar bem alto. E alto. E mais alto. Não tenho medo de cair. Se eu cair, que caia nos braços de um alguém.

Do diário perdido de Teresa Cristina. [Ela ainda não se apresentou por aqui. Está esperando a oportunidade certa]

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Do Desassossego

Uma garrafa de vinho tinto, por favor.
Sobreviver é preciso...
Desassossego
(Suspiro)