sábado, 29 de março de 2008
Direcionadas 2
terça-feira, 25 de março de 2008
Da previsão
Está desenhado
E nunca ficam
Tal qual um álbum de família
segunda-feira, 24 de março de 2008
Parêntese esotérico
Enfim, mais do que no signo me viciei no Tarot O meu Tarot para os próximos seis meses então!Ó! Combinou direitinho. O rei está no centro da minha vida nos próximos seis meses. Ah! E o meu apego a o esoterismo está na minha combinação de sagitário + touro, que segundo o Personare resulta em uma pessoa muito interessada nos mistérios profundos da vida.
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Do meu mapa astral:
"Sente um grande prazer em estar vivo. As boas coisas da vida lhe atraem, e você tem uma sensualidade natural que não hesita em usar quando lhe convém..."
"O grande problema da combinação Sagitário + Touro é que você pode flutuar de interesses muito rapidamente, e manifestar um conflito entre seu profundo desejo de liberdade, do estilo "não gosto de ninguém que me controle" e seu outro lado taurino, mais controlador e que deseja uma relação estável, ou trabalhos mais sólidos..."
By Personare. Como diria um amigo meu: "Iiiieee. Isso é do diabo."
Música da semana 2
Amo essa música. =)
Boi de Haxixe
Meu bem eu cheguei agora
mais eu te peço
tu não vá chorar
Por favor, me dê a sua mão
Entra no meu cordão
Venha participar
Quando piso em flores
Flores de todas as cores
Vermelho sangue,verde-oliva,azul colonial
Me dá vontade de voar sobre o planeta
Sem ter medo da careta
Na cara do temporal
Desembainho a minha espada cintilante
Cravejada de brilhantes
Peixe-espada vou pro mar
O amor me veste com o terno da beleza
E o saloon da natureza
Abre as portas preu dançar
Diz o que tu quer que eu dou
Se tu quer que eu vá eu vou
Meu bem meu bem-me-quer
Te dou meu pé meu não
Um céu cheio de estrelas
Feitas com caneta bic num papel de pão
Meu bem eu cheguei agora
Mais eu te peço tu não vá chorar
Por favor, me dê a sua mão
Entra no meu cordão
Venha Participar
domingo, 23 de março de 2008
O vento e a janela
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Foi um pé-de-vento com tendências a furacão que abriu a janela de uma vez, escancarando-a. Havia passado por aquelas bandas fazendo uma grande algazarra. Desfez a trança da menina, levantou a saia da moça e cochichou no ouvido de um alguém o... Impublicável. Foi também o danado desse vento que transformou a brasa em fogo, reaquecendo o esquecido. E que janela era aquela que o vento abrira, meu Deus? Jamais havia sido aberta.
Uma luz incandescente agora tomava conta do lugar. Seus olhos ainda não estavam acostumados aquilo. Não que o sol não entrasse no ambiente, mas a fresta era tão minúscula... Não se via nada lá fora. Agora a janela estava aberta. O que fazer? A primeira idéia era isso. Lançar-se para o mundo. Isso mesmo. Precisava conhecê-lo antes do “agora é tarde”. Mas por onde começar? Pensou, pensou, pensou. Ah! Uma idéia. Como não pensara nisso antes. É claro. Acompanhar o vento. E para onde ele ia?
Bradou com todas as forças um “para onde vai, senhor vento?”. Mas nada se ouvia. Teria ido embora? Minutos depois, ouviu-se um sussurrado “vou voltar para o norte”. Na certa ele já devia estar longe, abrindo outras janelas. Ué, mas que norte era aquele? Era algum norte desnorteador? Ou seria o norte que queria para sua vida? Só saberia disso tudo se fosse. E sem mais nem menos seguiu aquela direção. Foi-se. A janela estava aberta mesmo...
quarta-feira, 19 de março de 2008
Direcionadas
Da travessia
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Lança-me pelo céu azulado
Faça-me voar pelo campo de girassóis
Sobrevoar o tudo
Voar pelo nada
Fechar os olhos
E sentir o vento
E o adocicado aroma do mundo
E a dança nunca concedida
Ouvir a música nunca composta
Cantar a canção jamais musicada
Dormir acordada e sonhar
Gritar a palavra calada
Conceda-me uma travessia
Mas me faça pousar ali
Bem ali
Perto do distante de ti
Mafaldianas 1
Às vezes é bom fazer isso. Mas só às vezes. Senão acabamos cegos por convicção...
domingo, 16 de março de 2008
Lembranças
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Dramática. Sua vida nem era lá essas coisas. Daria no máximo uma minissérie em cinco capítulos. Um capítulo para cada cinco anos. O primeiro capítulo seria então uma chatice. Teria tão pouca coisa a contar. De lembrança mesmo só aquela vez em que se perdeu no parquinho. Ainda lembrava. Soltou a mão da irmã mais velha e correu atrás de uma linda borboleta lilás. Uau! A borboleta lilás. Como era linda. Enquanto a borboleta voava para longe, ela a acompanhava. Talvez quisesse voar para longe também...
Foi então que se viu sozinha no meio da multidão. Não que agora fosse diferente, mas naquela época tinha apenas quatro anos de idade. Não viu ninguém. Tivera medo. Resolveu sentar ali, até que alguém aparecesse. A borboleta lilás fazia-lhe companhia. Ficara parada estrategicamente em seus cabelos, acarinhando-a. Era como se sentisse culpada por aquilo.
Já era quase noite quando a irmã apareceu e a encontrou. Sua expressão era um misto de fúria e alegria. Talvez mais de alegria do que de fúria. Ora, o que diria a mãe se soubesse que a caçulinha dela tinha se perdido? Não voltara para casa? Na certa, a irmã mais velha seria acusada por um crime gravíssimo, segundo as leis maternas. Imaginava até a cena. A mãe dizendo “É isso que dá, vai namorar e perde a irmã. Uma criança tão boa” e depois o choro e o lamento. É claro que isso não aconteceu. A irmã mais velha não fora castigada. Na verdade, fizera-lhe jurar que jamais contaria aquela história a mãe, comprando-a com chocolates e outras guloseimas.
A lembrança não estava registrada ali na agenda. Ufa! Enfim a encontrara. Exatamente onde a deixara há meses. Tanto tempo sem abri-la e ela havia ganhado um cheirinho de madeira úmida misturado ao cheiro do papel velho. Estava bem ali. Guardada embaixo da velha canga com a estampa do Che. Tão velha quanto à agenda, também tinha marcas de boas lembranças. O furo bem na estrela da boina do Che, por exemplo, era a lembrança da primeira vez em que fumara. O cigarro caiu de sua mão e o pano acabou ganhando um discreto furo. Só ela via e entendia o porquê. Mas como não vira a agenda? Desatenção? Não. Talvez uma doce ansiedade para escrever os minutos anteriores da mais recente aventura amorosa.
Aventura. Também usara essa palavra para caracterizar o caso com aquele professor de teatro. Seria apenas uma aventura mesmo? Não sabia ao certo. É claro que com o professor de teatro fora mesmo uma aventura. Excursionou um mês pelo Chile, pesquisando junto a ele o empoderamento dos movimentos artísticos de rua sob uma perspectiva weberiana.
Nem diabo sabia quem era Weber. Mas ela foi. Tinha a esperança de chegarem juntos à Patagônia chilena, um lugar que ela adoraria conhecer. Sempre respondia isso quando lhe perguntavam sobre o lugar que lhe tocava o coração. Tinha a resposta na ponta da língua: “Patagônia chilena”. Sim, ouvira de um velho chileno allendista que aquele era o lugar mais bonito da terra. Jurou que um dia estaria lá.
Mas não esteve. A briga pós-momento bacanal encerrou a excursão. Passara o dia inteiro bebendo um autêntico vinho da famosa Concha y Toro. Um legítimo Cabernet Sauvignon. O vinho subiu-lhe a cabeça. Mandou o empoderamento e o tal do Weber às favas. Pegou o primeiro avião. Foi-se embora. Não ficara triste em terminar com o professor de teatro. Sentia muito por não ter chegado à Patagônia chilena. Quando estaria ali novamente? Agora com o aquecimento global, era capaz de as geleiras derreterem. Ela perderia toda a beleza da vida.
A aventura chilena passou-lhe pela cabeça em um fôlego só. É. Talvez a minissérie da sua vida ganhasse um capítulo a mais. Mas como classificar o que sentia? Fazia tanto tempo que não sentia aquilo. Desde que descobrira a traição, talvez. Coisa para esquecer e deixar registrado só mesmo na sua psicóloga portátil.
Era por isso que abria a agenda novamente. Para tentar se desvendar. Desvendar tudo aquilo. A única coisa que sabia, era que ele estava fazendo um bem danado a ela. Talvez fosse cedo para indicar alguma coisa. Ele ainda era um mistério. Deixava as coisas subtendidas. Era necessário fazer uma análise de cada discurso de tudo que era proferido. Ela se embaraçava com aquilo. Odiava análise do discurso. Trancou a disciplina bem no meio do semestre e nunca mais destrancou. O fato era que ele não se revelava. Não por inteiro. Mas ela gostava da parte que havia descoberto. Era o tipo que valia fazer a pena cada instante ao lado dele.
Ah! Alguém precisava ver o sorriso encantador daquele homem. O sorriso também não se revelava. Era algo meio disfarçado. Estilo Monalisa. Meio safadinho. Como se dissesse “Quero você agora”. Mas que ao mesmo tempo dizia “Vá com calma. Eu posso me assustar e nunca mais aparecer”. E ela ficava sem entender nadinha. Ria também. Como se aquilo tudo fizesse parte da sedução. Um dia traria uma foto dele sorrindo. Colaria na agenda.
Tentava se controlar mais. Tinha uma natureza intensa e apaixonada. Ele jamais a entenderia. Do contrário, sumiria sim. Por um momento, teve medo dessa idéia. Anotou as angustias na agenda. E se ela fizesse alguma coisa que o desagradasse? Se ele sumisse da sua vida de vez? O medo era realmente sintomático: estava apaixonada. Mudar os atos e atitudes? Ela enfim teria de ceder aos caprichos de alguém? Isso seriam cenas para os capítulos seguintes. E estariam tudo ali. Devidamente registrado na agenda que voltara outra vez para o fundo da gaveta.
sábado, 15 de março de 2008
Música da semana
Samba de acento
Vamos por os pontos nos is:
Eu vou atrás do til dos teus quadris
Que til e tal
Cobra no areal
Eu sei que ponho o acento grave em tudo
Mas tu libertas o acento agudo
Por isso o til que dás
Nas ancas é capaz
De me por a dizer coisas sem nexo:
Lua, golo, aliás,
Gata no banco de trás.
Num abraço circunflexo
quarta-feira, 12 de março de 2008
Pensamentos soltos 2
domingo, 2 de março de 2008
Duas Cores - Mombojó
Nunca postei texto de outros autores por aqui. Mas tem uma música que tem me acompanhado muito por esses dias. Lembro dela até a exaustão. Depois ela me vem de novo à cabeça como se me dissesse o que fazer. E de novo a exaustão. Então penso e repenso. Mas não chego a conclusão nenhuma, apesar de elas serem tão óbvias.
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Duas Cores - Mombojó
Agora eu sei o que quero enxergar
Esse colorido não devia mais me enganar
Porque a cor deforma
Quando a luz vem a brilhar
E assim seu olho começo a decifrar
Dai-me outra cor
Que não seja a do seu olhar
Dai-me outro amor
Que venha pra me perpetuar
Dai-me outra cor
Que não tenha o que eu quero enxergar
Dai-me uma dor
Que sirva para eu acordar
Dai-me outra cor, dai-me um amor, dai-me uma dor
Pelas esquinas que eu andei
Nenhuma delas te encontrar
Mas eu tou sempre por aqui
Quando quiser, é só chamar
Andando reto, sem destino
Vivendo sempre do passado
Não quero mais me desmentir
Eu não vou mais te procurar
Pelas esquinas que eu andei
Nenhuma delas te encontrar
Mas eu tou sempre por aqui
Quando quiser, é só chamar
Andando reto, sem destino
Vivendo sempre do passado
Não quero mais me desmentir
Não vou mais te procurar