
Foi um pé-de-vento com tendências a furacão que abriu a janela de uma vez, escancarando-a. Havia passado por aquelas bandas fazendo uma grande algazarra. Desfez a trança da menina, levantou a saia da moça e cochichou no ouvido de um alguém o... Impublicável. Foi também o danado desse vento que transformou a brasa em fogo, reaquecendo o esquecido. E que janela era aquela que o vento abrira, meu Deus? Jamais havia sido aberta.
Uma luz incandescente agora tomava conta do lugar. Seus olhos ainda não estavam acostumados aquilo. Não que o sol não entrasse no ambiente, mas a fresta era tão minúscula... Não se via nada lá fora. Agora a janela estava aberta. O que fazer? A primeira idéia era isso. Lançar-se para o mundo. Isso mesmo. Precisava conhecê-lo antes do “agora é tarde”. Mas por onde começar? Pensou, pensou, pensou. Ah! Uma idéia. Como não pensara nisso antes. É claro. Acompanhar o vento. E para onde ele ia?
Bradou com todas as forças um “para onde vai, senhor vento?”. Mas nada se ouvia. Teria ido embora? Minutos depois, ouviu-se um sussurrado “vou voltar para o norte”. Na certa ele já devia estar longe, abrindo outras janelas. Ué, mas que norte era aquele? Era algum norte desnorteador? Ou seria o norte que queria para sua vida? Só saberia disso tudo se fosse. E sem mais nem menos seguiu aquela direção. Foi-se. A janela estava aberta mesmo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário